Falecimento da professora Maria do Amparo Tavares Maleval, idealizadora e primeira diretora do NUEG

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Falecimento da professora Maria do Amparo Tavares Maleval, idealizadora e primeira diretora do NUEG

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Nós, do Núcleo de Estudos Galegos, lamentamos profundamente o falecimento da nossa fundadora, a professora Maria do Amparo Tavares Maleval, vítima da COVID-19. A professora Maria do Amparo era uma referência nos estudos sobre cultura medieval e uma figura de extrema relevância para a cultura galega no Brasil, além de uma querida professora, colega e amiga de todos aqueles que com ela conviveram no mundo acadêmico do Brasil e do exterior. Ela fundou o NUEG no Instituto de Letras da UFF, mediante um convênio com a Xunta de Galicia, em 1994, e se manteve na direção até a sua aposentadoria. Além disso, foi fundadora do Programa de Estudos Galegos da UERJ. Durante todo esse tempo, a professora Maria do Amparo promoveu numerosos eventos acadêmicos sobre cultura galega, publicou livros, orientou dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre literatura galega, mantendo sempre uma incansável atividade orientada ao estudo e à difusão da cultura da Galiza.
Queremos homenagear a professora Maria do Amparo Tavares Maleval trazendo uma voz da Idade Média que ela tão bem conhecia e tanto amava.
Nostro Senhor Deus! Que prol vos tem ora
por destroirdes este mund’assi?
Que a melhor dona que era i,
nem houve nunca (vossa madre fora),
levades end’? E pensastes mui mal
daqueste mundo fals’e desleal:
que, quanto bem aquesto mund’havia,
todo lho vós tolhestes em um dia!
Que pouc’home por en prezar devia
este mundo, pois bondad’i nom val
contra morrer! E pois el assi fal,
seu prazer faz quem per tal mundo fia:
ca o dia que eu tal pesar vi,
já, per quant’eu deste mund’entendi,
por fol tenh’eu quem por tal mundo chora
e por mais fol quem mais en’el[e] mora!
Em forte ponto e em fort[e] hora
fez Deus o mundo, pois nom leixou i
nẽum conort[o] e levou daqui
a bõa rainha, que ende fora,
dona Beatrix! Direi-vos eu qual:
nom fez Deus outra melhor nem tal,
nem de bondade par nom lh’acharia
home no mundo, par Santa Maria!
[Pranto escrito pelo trovador Pero da Ponte para D. Beatriz, mãe de Afonso X].

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